Se você estava morando embaixo de uma pedra nos últimos dias provavelmente não sabe sobre o “bapho” que aconteceu na “boate” The Week no último final de semana. Nas redes e principalmente no WhatsApp está circulando um vídeo de um casal (supostamente) fazendo sexo na pista principal da boate durante a comemoração do décimo primeiro aniversário da casa em São Paulo. Já vou esclarecendo que não vamos postar o vídeo, ok? Você vai entender o porque.
Tendo como atração principal o DJ israelese Offer Nissin (famoso pela música Alone, as mais “antigas”, como eu, vão lembrar) a casa estava lotada e o público disposto a se divertir.
Vi pipocando na rede toda sorte de comentários, mas os que me saltaram aos olhos foram as críticas de cunho moralista (heim?!) condenando a atitude dos rapazes (e de muitos outros que provavelmente estavam em situação parecida). Mas afinal, quem nunca?!
Em tempos de smartphones, de fato, não é muito prudente fazer coisas do universo privado em público, há sempre que se ter em mente que tudo que você faz ou fala indubitavelmente existirá na rede para sempre.
Não sei quem é a pessoa que em vez de se divertir perde o seu tempo e o seu ingresso filmando a diversão dos outros. Tá, tá … todos nós curtimos um bom vídeo de “flagra”, entretanto a questão não é esta.
Entre sorrisos amarelos, nenhum dos meus amigos teve coragem de criticar o vídeo ou a atitude dos rapazes (o que me deixa muito feliz), afinal, a pergunta que não quer calar é quem nunca passou do ponto na pegação, ali mesmo, no meio da pista? Ou mesmo, quem de nós nunca utilizou as cabines dos banheiros para fazer o número três, quatro ou até o cinco (sei lá quais são as suas preferências, não é mesmo?). Quem nunca recebeu um toque do segurança para dar uma aliviada nas carícias ou mesmo se deixou beijar, lamber, chupar em um canto escuro ao som do seu Dj preferido. Todos somos culpados. E olha que não estou nem mencionando o darkroom.
A balada é lugar de diversão, as pessoas bebem, dançam, “aditivam” e sim, fazem sexo. É assim em todos os lugares, para todos os gêneros e orientações sexuais, ou você acha mesmo que as baladas hétero são diferentes? Cabe a você participar ou não.
Então bicha, pare de ser moralista!
Parte do falso – ultraje gerado pelo vídeo soa como inveja, não sejamos bobos, quem frequenta a noite paulistana sabe que a The Week é sim uma das melhores, quiçá a melhor, casa noturna voltada para o público gay, pelo menos em São Paulo. Você pode não gostar do suposto carão dos seus frequentadores ou até da música, mas o cuidado e a estrutura do negócio são inegáveis, não é à toa que a casa foi considerada por diversas vezes a melhor balada do mundo fora dos Estados Unidos.
Seja menos pudico e divirta – se mais! Já temos uma bancada evangélica monitorando e criticando cada um dos nossos passos, já passou da hora de assumirmos que somos sim seres sexuais, que gostamos de sentir prazer e deixar a culpa no colo dos atrasados.
Quando todo mundo possui um estúdio de áudio e vídeo no bolso fica mais difícil do “que acontece em Vegas, permanecer em Vegas”, mas se sair de lá, qual o problema? Assuma sua humanidade, seus desejos e bola para frente, é vida que segue!
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